No mês de outubro de 2003, há exatos 18 anos, fiz a prova do TEEM, em Campo Grande – MS.
Naquela época, a prova de múltipla escolha acontecia durante o mais importante congresso da SBEM, anualmente. Em 2003, o congresso de atualização em endócrino foi em Campo Grande.
E os candidatos, já tendo passado com êxito pela prova prática realizada algumas semanas antes nas várias regiões do Brasil, precisavam de, pelo menos, 70% de aproveitamento na prova objetiva para sair com o título de especialista nas mãos.
Eu me formei em janeiro do ano 2000 (foi no século passado, né? 😊 Só pra você ver como estou ficando velha: a nossa turma foi batizada de “Formandos 99, Médicos 2000”🤣).
Daí eu vim pra Brasília, fiz 2 anos de residência de Clínica Médica, e emendei na residência de Endócrino.
Em outubro de 2003, eu era R2 de Endocrinologia no Hospital de Base do Distrito Federal. Obter o TEEM não era necessário, já que ao concluir a residência eu já me tornaria especialista, e receberia o meu merecido RQE.
Mas, ainda assim, obter o TEEM era, pra mim, quase que uma obrigação. Eu não tinha a exata noção do que isso poderia representar, mas o fato é que existia meio que uma “tradição” lá no Serviço: quase todos os ex-residentes haviam passado na prova do TEEM… e eu não podia ser diferente!
Bem, lá estava eu, em Campo Grande. Me lembro que o local da prova era um anfiteatro, daqueles com os degraus altos e uma estrutura bem íngreme. Ao sentar no meu lugar, fiquei meio tonta e enjoada – sempre tive cinetose, e esse era o tipo da situação que me deixava desconfortável. Olhar pra baixo (para o palco) me fazia piorar, então o que eu fiz foi ficar olhando somente para a prova e, quando eu desviava o olhar dela, marcava um ponto fixo lá na parede distante à minha frente, sem nunca abaixar a cabeça pra ver o palco lá embaixo.
Foram 100 questões pra resolver em um tempo curto, é verdade, mas pra mim, foi suficiente. Após o término da prova, ficamos, não sei se todos, mas com certeza grande parte dos candidatos (éramos em torno de 100 médicos), aguardando o gabarito.
Eu e minha colega de residência, Giselle, viajamos juntas pra prestar a prova, e lá no evento, encontrei meu colega de faculdade, Alberto – o Betinho, que morava no Rio de Janeiro. Pra ele, obter o TEEM era essencial para se tornar endocrinologista, já que ele não havia feito residência de endócrino.
Posso dizer que foi tenso aguardar o gabarito, isso ficou bem marcado na minha memória… Mas o desfecho, como você já deve estar prevendo, foi de sucesso🚀🚀🚀, para os três de nós!! No dia seguinte, eu e a Giselle fomos conhecer Bonito. Resumindo, aquele lugar faz total jus ao nome que tem!!
Voltei para casa, concluí a residência, fui aprovada no concurso para Endocrinologista do Hospital Universitário da Universidade de Brasília (UnB), e iniciei minha carreira como especialista. Naquela época, eu não imaginava o impacto que ser especialista titulada pela SBEM teria na minha vida profissional.
Pra encurtar a história, posso dizer que tive 3 grandes ganhos: em primeiro lugar, passei a ser reconhecida como especialista pelos pacientes, pela sociedade em geral e, principalmente, pelos colegas médicos!! Segundo, as portas se abriram para mim, em vários setores por onde resolvi transitar, surgiram novas oportunidades de trabalho e de aprendizado. E terceiro, a liberdade de poder escolher onde e como eu iria trabalhar impactou diretamente na minha vida pessoal – ganhei muito mais qualidade de vida.
Logo nos primeiros anos como titulada, me tornei membro da Comissão de Novas Lideranças da SBEM, o que me abriu os horizontes a respeito das possibilidades de atuação e educação na especialidade, além de me permitir estabelecer relações com colegas de todo o país. Posteriormente, tive a oportunidade de representar a SBEM-Regional DF, como presidente, por 4 anos. Um legado de aprendizados que carrego até hoje…
E lá se vão 18 anos dessa história. Parece que foi ontem…kkkkkk Mas a moral da história é a seguinte: a transformação que o Título de Especialista em Endocrinologia e Metabologia, o TEEM, promoveu na minha vida profissional e na minha vida pessoal, é inestimável.
E eu desejo, de coração, que você também passe por essa transformação na sua vida!
TEEM-se…